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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

... em Lisboa


Umas das propostas dessa pesquisa era se pensar em outros espaços fora da cidade de Brasília para criar vídeodanças nesses lugares. Aproveitando que dois amigos meus estavam em Portugal, um fazendo intercambio de cenografia e outra fazendo apresentação de teatro, pedi que eles improvisasse suas danças em algum espaço da cidade onde eles estavam. 
Desse pedido, surgiram dois vídeos dançados por Jessica Cardoso e Roberto Dagô, e filmado por uma amiga do Roberto chamada Francesca Morea, italiana que também fazia intercambio em Portugal. A edição do vídeo foi feita por mim aqui no Brasil. 
Algum tempo depois pedi que a Jessica relatasse como foram feitos os vídeos, abaixo segue o relato dela.

"Fizemos este vídeo porque era a nossa maneira de expressar o reencontro. De expressar dois corpos em tempos diferentes. Um que morava na cidade de Lisboa há alguns meses e outro que estava tendo pela primeira vez na vida a oportunidade de cruzar o oceano de avião e parar em Portugal, país colonizador da minha terra brasileira. Lugar onde conheci o pastel de Belém, as praças grandiosas, o porto, o sotaque, o fado original... Dançar foi o jeito que encontramos de brincar com nossas histórias, de vivenciar o meu desconhecimento no espaço da cidade através do olhar, corpo, cheiro, toque, som, gosto de um grande amigo. Fizemos porque nos amamos, porque estávamos felizes, porque queríamos deixar nosso registro daquele momento na tela, na câmera, na memória do corpo. E assim, acredito que o afeto assume lugar primordial na orientação dos movimentos, do improviso do jogo e do selo poético da relação".

quando corpos dançam na cidade de concreto.



Esse foi um dos primeiros vídeos que gravei com olhar voltado pro corpo e a cidade, onde fui convida para experimentar junto com os alunos. Aproveitando que improvisação aconteceria na rua, no CONIC em Brasília, utilizei o produto final - o vídeo - que capturado e editado por mim como parte da minha pesquisa, pois dialogava com o afetamento entre corpo e cidade que meu trabalho propunha. 
Essa experimentação faz parte da disciplina "Improvisação I" ofertada no curso de licenciatura em dança, e ministrada pela professora Sabrina Cunha. 

domingo, 25 de novembro de 2012

um corpo sem órgãos ou um corpo areia


"Deleuze e Guattari definem o Corpo sem Órgãos - CsO, do seguinte modo:

Um CsO é feito de tal maneira que ele só pode ser ocupado, povoado por intensidades. Somente as intensidades passam e circulam. Mas o CsO não é uma cena, um lugar, nem mesmo um suporte onde aconteceria algo. Nada a ver com um fantasma, nada a interpretar. O CsO faz passar intensidades, ele as produz e as distribui num spatium ele mesmo intensivo, não extenso. Ele não é espaço e nem está no espaço, é matéria que ocupará o espaço em tal ou qual grau - grau que corresponde às intensidades produzidas. Ele é a matéria intensa e não formada, não estratificada, a matriz intensiva, a intensidade = 0, mas nada há de negativo neste zero, não existem intensidades negativas nem contrárias. (DELEUZE e GUATTARI.1996:13).

O CsO é uma experimentação inevitável, que põe em contato o corpus e o socius concedendo aos órgãos uma outra função, modificando sua função natural, permitindo ver com a pele ou sentir com os olhos, tal como fizeram em diferentes ocasiões, em suas experimentações literárias, criadores como Artaud, William Burroughs, Carlos Castañeda e Henry Miller. Para Deleuze,

do mesmo modo como o mecânico supõe uma máquina 
social, o próprio organismo supõe um corpo sem órgãos, 
definido por suas linhas, seus eixos e seus gradientes, 
todo um funcionamento maquínico distinto das funções orgânicas 
sociais tanto quanto das relações mecânicas. (DELEUZE. 1998.p.122)."


Este vídeo surgiu de uma experimentação fotográfica, da relação do movimento do corpo e da câmera. Basicamente, um corpo dançante movia-se enquanto a câmera tremia, movimentava-se pela ação de outro corpo. A partir disso, tentei experimentar com vídeo para ver se funcionava a deformidade do corpo que a fotografia trazia.

Enquanto movimento fotográfico de uma câmera capturando instantes de movimento de um corpo, ele distorce, dilacera-se, desfigura-se, decompõe-se mais que movimento da câmera enquanto captura de imagens não-fixas. Porém, o efeito chegar ficar próxima da fotografia quando há uma movimentação intensa dos dois corpos. O resultado é um corpo que em alguns momentos perde sua forma, ganhando outros contornos que inanimados. Essa experimentação me fez lembrar as obras do pintor anglo-irlandês Francis Bacon. Suas obras nos mostram “uma perspectiva de uma figuração deformativa: seres humanos, animais e objetos inanimados são torcidos, distorcidos, dilacerados, desfigurados, paralisados, decompostos, contraídos. Sempre no paroxismo de suas possibilidades físicas.

Segundo o filósofo francês Gilles Deleuze em sua Lógica da Sensação, o ser pintado por Bacon está sempre na “zona de indiscernibilidade”, é um personagem que transita entre o homem, o animal e o monstro, expondo uma existência dilatada em um tempo indeterminado e coexistindo com o espaço inominável, deixando escapar do abismo de si mesmo sensações agudas e submetendo-se ao voyeurismo dos olhos que suportarem vê-lo. Uma existência sem enredo racional, sem narrativa como a concebemos, sem início, meio ou fim, mas existindo apenas, equilibrando-se no breve momento de existência entre o nascimento e a morte. É um ser cujo corpo sem órgãos esforça-se para escapar de si mesmo pela boca que grita.

O personagem baconeano expande-se, espreme-se, dissolve-se, experimenta intensamente a passagem de uma sensação a outra. É agudo, cortante, espasmódico, extremo. É assim que ele existe. Que existiu antes. Que existirá depois do curto momento em que nos é permitido estar diante de sua existência. O espectador em Carcaça sentada no abismo é um “voyeur, um passante, um que espreita”.”

Referência

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Felix. Mil Platôs III Capitalismo e Esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1998.
http://arteeculturaucb.blogspot.com.br/2012/10/carcaca-sentada-no-abismo.html
http://bocc.ubi.pt/pag/mendonca-carlos-produtoras-corpos.html


sábado, 20 de outubro de 2012

martes


Essa experimental não aconteceu no espaço de fora da cidade, mas eu diria que aconteceu dentro dela. Pensei a partir desse vídeo experimental, que a cidade poderia ser aquilo que não compreende meu espaço próprio, por exemplo, minha casa.
Eu estava visitando uma amiga, e no desenrolar do dia resolvi dançar no tapete de sua casa. Foi uma dança gratuita, sem planejamentos, um instante que pedia uma dança. Quando eu vi, ela estava me filmando e também se afetando pela dança e pela música.
A edição desse vídeo não é um fim, mas um meio de abertura para outras tecimentos. Quando costurei os pedaços dessas memórias, não queria construir um caminho de edição fixo, mas de alguma forma queria criar uma sensação a partir das imagens. Então, o que surgiu, foi um vídeo de vinte minutos revelando a sensação do meu corpo se apropriando do espaço.

câmera: Camila Lua Oliveira

um curso d'água


"Onde nasce um curso d'água" é um projeto vinculado ao meu grupo de dança. Esse trabalho está intimamente ligado a minha pesquisa, no que se refere à relação entre corpo e cidade como possibilidade de dramaturgia para vídeodança. Sendo assim, resolvi unir os dois projetos.

O lugar dessa experimentação aconteceu na água mineral, em Brasília. Por se tratar de um lugar de passagem constante de corpos, nossa experimentação foi vista por olhos curiosos, que de início, acredito eu, acharam um tanto estranho a dança que se realizava naquele espaço público.

Enquanto dançávamos ao som de pássaros e gritos de crianças, dava também para escutar o burburinho sobre nossa dança. A nosso trabalho de improvisação foi contaminado pelo lugar e suas tessituras.
De alguma forma, invadimos o espaço público de sociabilidade e lazer, provocando curiosidade, oras incomoda de quem passava pela piscina e observava uma dança não codificada, ora provocando um acontecimento inusitado. Para Sant’Anna (2001)

                                     dentro das cidades que parecem sem começo nem fim há uma massa de pessoas dispersas, buscando lugares que facilitem a experiência de arrebatamentos inatuais. Lugares afetuosos, intimistas, ou expansivos, que de algum modo levem o ser humano a amar o fardo da vida, a esquecê-lo ou percebê-lo mais leve (SANT’ANNA, 2001).

Quanto à inserção da experimental em dança no espaço público, pode-se pensar em um corpo em reconstrução. Experimentamos o nosso corpo num território não-habitual (sala de ensaio, ou em cima de um palco), reconstruindo-o, transformando-o de diversas maneiras diante das câmeras e dos próprios olhos de quem ali passava.

Apropriamo-nos do espaço público para experimentar a nossa dança, aquilo que nos move enquanto dança. A captura das imagens, e posteriormente a edição do vídeo teve caráter de registro do processo, mas também não deixa de ser uma possibilidade de criar algo também a partir de uma experimentação também da edição das imagens.

Não houve roteiro de edição, apenas me deixei levar pela sensação das imagens, e claro da dança. Elas me mostram um caminho, e eu como rio sigo o fluxo, que é imprevisto muitas vezes exultando o instante captado pela câmera.

Bibliografia
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. Corpos de passagem: ensaios sobre a subjetividade contemporânea. – São Paulo: Estação Liberdade, 2001.

domingo, 16 de setembro de 2012


trecho de uma das experimentações do meu grupo de dança. estamos pesquisando sobre onde nasce um curso d'água. e como estamos com proposta de utilizarmos os espaços da cidade, resolvemos integrar essa pesquisa artística com minha pesquisa acadêmica. 


sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Fiquei me perguntando se eu postava aqui esses dois vídeos que presenteei uma amiga recentemente. Não deixar de ser a minha pesquisa, novamente me apropriei da cidade e deixei que ela me trouxesse caminhos e apontamentos. Não é somente deixar que a cidade me apresente possibilidades, mas também, é um agenciamento de ambas as partes, minha e da cidade. Cidade é um corpo? É possível existir um agenciamento entre meu corpo e a cidade? São perguntas que faço agora sem respostas e, com a certeza que terei que estudar muito e experimentar muito para entender isso que me proponho a pesquisar. É tudo novo para mim, conceitos, referenciais, livros, autores, pensadores... e muitas vezes não sei se o que eu reflito é o melhor caminho naquele ou nesse momento, muitas vezes não sei se o que eu li eu entendi de fato. Mas é um processo...  Mas o que é certo? Existe o certo? Ainda bem que esse espaço aqui me permite o erro sem medo. O tempo pode me permitir chegar a um lugar sem conclusões cristalizadas. É isso que eu acredito. 

Agenciamento
"Segundo um primeiro eixo, horizontal, um agenciamento
comporta dois segmentos: um de conteúdo, o outro de expressão. Por um
lado, ele é agenciamento maquínico de corpos, de ações e de paixões,
mistura de corpos reagindo uns sobre os outros; por outro lado,
agenciamento coletivo de enunciação, de atos e de enunciados,
transformações incorpóreas sendo atribuídas aos corpos. Mas, segundo um
eixo vertical orientado, o agenciamento tem, de uma parte, lados territoriais
ou reterritorializados que o estabilizam e, de outra parte, picos de
desterritorialização que o arrebatam."


Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia / Gilles
Deleuze, Félix Guattari; tradução de Ana Lúcia de Oliveira e
Lúcia Cláudia Leão. — Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995  (Coleção TRANS) .

segunda-feira, 6 de agosto de 2012


Um vídeo de pequenos improvisos ao redor da casa da Olivia Orthof. 

Dança: Olivia Orthof
Câmera: Nina Orthof
Depoimento da Raquel Ferreira ao ter filmando uma de minhas experimentações. 

Usar a câmera foi mais difícil do que parecia ser. Olhar com os próprios olhos é uma coisa. Olhar com os olhos da lente é outra completamente diferente. Talvez eu ainda não entenda direito como funciona o diálogo entre esse aparato técnico, minha visão das coisas e as coisas em si. Mas ficou claro pra mim que à medida que as ideias apareciam, a câmera me possibilitava enquadrá-las. Muito que me faltou foi entender como me mover junto à câmera, como movê-la separada de mim. O que vale a pena capturar e como. Mas acho que a cada nova aventura com uma câmera na mão o reconhecimento e intimidade com o objeto vão aumentando, somado ao estudo da linguagem.

domingo, 5 de agosto de 2012

nossa odisséia - compilação.


Mais dois vídeos produzidos na oficina “nossa odisséia”. Não se tratam de um vídeo-dança, mas compõem minha pesquisa no âmbito da edição. De qualquer forma isso não deixar de ser uma dança, um pedacinho de retalhos de várias memórias reunidas numa compilação para tela. 

minha, nossa odisséia


"Minha, nossa odisséia" foi um vídeo-instalação que improvisei para compor junto com uma cena que apresentei na oficina “nossa odisséia”, realizado pelo cena contemporânea (festival internacional de teatro de Brasília). Pela manhã do dia 24 de junho, antes de iniciar a oficina, eu estava andando pelas super quadras de Brasília pisando em folhas secas, quando pensei que pisar em folhas secas poderia ser um vídeo-dança interessante. 
No segundo dia da oficina tínhamos que apresentar uma cena que abordassem trajetórias, percursos, caminhadas, travessias pessoais, qualquer coisa que girasse em torno de trajetórias. Logo eu me lembrei da ideia do dia anterior de pisar em folhas secas e da sonoridade que aquela ação me causava. 
Fiz o vídeo em menos de uma hora e meia num dia com muito vento. O vento foi fundamental para compor a atmosfera que eu queria. A minha ideia era captura a minha trajetória de caminhada até a UnB e como eu aumentava esse percurso pisando em folhas secas, e ainda como a cidade me influência compor essa caminhada. 
A edição do vídeo foi muito rápida pelo pouco tempo que eu tinha para fazê-lo. Chamei uma amiga minha para operar a câmera já que eu iria aparecer na tela. Ela não tinha experiência nenhuma com operação de câmera e não deu muito tempo para familiarizá-la com a operação. Mas como era um vídeo experimental para compor junto com minha cena e pelo pouco tempo de realização o resultado acabou sendo bem produtivo.
Eu levei quatro objetos que apareciam na minha cena, uma carta mais linda que ganhei que não tinha sido escrita para mim, vários barquinhos de papel, um desenho com a trajetória da minha casa até a universidade desenhado no ônibus e o vídeo-instalação acima. 
Talvez o vídeo fora do contexto da cena na faça muito sentido e na verdade nem quero que ele vá para esse lugar de um entendimento universal. Acho que ele é isso mesmo, um pedacinho de mim, um pedacinho do meu olhar sobre o meu percurso na minha vida. É uma tecnologia externa a mim que possibilita visualizar um pouco dos meus deslocamentos pela cidade de Brasília.  

sábado, 4 de agosto de 2012


mais outra experimentação produzida numa oficina de dança para tela ministrada pela Laura Virgínia. nessa oficina de dois dias aprendi muito com os erros e afobações. tínhamos dois projetos para serem feitos, sendo que um foi perdido, pois quando eu achava que estava filmando eu não estava filmando. perdemos um ótimos material por que eu não me certifiquei se de fato eu estava gravando. o que restou dessa oficina foram as minhas falas dizendo "isso é ótimo", "repete" e as transições de ângulo quando eu mudava. restou também imagens do segundo projeto captadas pela Jessica Cardoso. dessa vez eu improvisava no espaço em que mais uma vez saímos explorando. foi tudo muito rápido, não tinha espaço para pensar com calma o que iríamos fazer. era fazer na hora e torcer para alguma coisa funcionar na ilha de edição. 

folhas secas


esse vídeo-dança experimental foi o primeiro já com um olhar voltado para as  possibilidades que a cidade  poderia trazer à dança para tela. tínhamos uma câmera não muito boa e um tempo curto para experimentar. antes de gravar pensamos num espaço para dança improviso acontecer. o lugar escolhido tinha muitas folhas secas que influenciaram na dança da Jessica. na edição do vídeo optei por escolher as folhas secas como sonoplastia principal o que potencializa ainda mais a apropriação do espaço. as imagens captadas foram feitas sem tripé como a maioria dos vídeos que eu faço. pode ser uma escolha estética... mas esse vídeo tem algumas movimentações de câmera que não são muito boas que atrapalharam na edição. 
umas das primeiras coisas que descobri fazendo esse vídeo é que ilha de edição não é um lugar muito fácil, requer paciência com o tempo, maestria com a visão para perceber se o corte da edição funciona ou não funciona.
nesse vídeo optei por deixar vários cartões negros (não sei se é essa a termologia que fala para isso). refletindo sobre o resultado parece que a câmera é um olhar que pisca com os movimentos da dança. e de fato a câmera dança com ou sem meus tremeliques de videomaker  iniciante. 

o inicio turvo


as imagens desse vídeo foram captadas em 2011 de forma experimental numa imersão que fiz com meu grupo de teatro e apenas editadas recentemente. o turvo turvo foi influenciado pelo documentário Jogo de Cena do Eduardo Coutinho.  eu o Roberto (o rapaz que aparece no turvo) tínhamos acabado de ver o documentário do Coutinho e resolvemos experimentar com uma câmera (simples) e uma lanterna. só puder entender o resultado do material um ano depois revendo as imagens, ai resolvi editar sem entender nada da linguagem audiovisual. fiz um roteiro na hora juntamente com a edição do material, nada planejado... esse foi o primeiro vídeo que fiz sem saber no que ia dar, deu isso... uma conversa poética que mistura a realidade e  a não-realidade. embora o vídeo tenha sido feito antes de iniciar essa pesquisa, eu considero o  turvo turvo monte iniciar de minha viagem na dança para la pantalla (tela). de alguma forma isso não deixar de ser uma dança... a dança do movimento da câmera passeando pelo corpo, a dança da câmera passeando pelas luzinhas da cidade ao longe. a cidade não é apenas pano de fundo, mas um elemento a mais nessa minha viagem experimental. 

da pesquisa que se inicia


Esta pesquisa pretende investigar a relação entre dança para tela e a cidade como estrutura e dramaturgia de ruptura, buscando procedimentos de criação audiovisual que nascem da percepção de que a cidade pode estabelecer formas de ampliação de signos para produção audiovisual. A partir da criação de vídeo-danças que abordem a dança para tela e o espaço da cidade não como somente cenografia, mas também como dramaturgia atuante.
Tendo Brasília como cidade dramatúrgica principal para essa pesquisa, por considerar que boa parte do trabalho será realizada na cidade, este projeto pretende se apropriar do espaço da cidade dramaturgicamente. Sendo assim, promovendo a valorização dos cenários da cidade.
Para André Carreira (2010), a cidade e seus fluxos acomodam uma base dramatúrgica. Para tanto, a premissa deste plano de trabalho está apoiada na proposição de que a cidade e seus fluxos conformam uma base dramatúrgica que permite criar ações de ruptura para dança e para câmera.  
Pina Bausch é um exemplo de diretora/coreografa que considera o espaço da sua criação como espaço urbano por excelência. O espaço de eleição para as suas dramaturgias coreográficas e como lugar das suas danças está intimamente ligado à cidade, primeiro em espaços de concentração, focados sobre parte fundamental da vida urbana, depois como que alargando o foco de ação à cidade, às cidades (RIBEIRO, 2008).
Serão produzidos videodanças experimentais, que acarretará no final da pesquisa, um filme/doc de estrutura de colagem (ou não, rss).   Vamos nessa!